ATA
DA QUINQUAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 10-6-2010.
Aos
dez dias do mês de junho do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, André Carús, Bernardino Vendruscolo, DJ
Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Juliana Brizola, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Sebastião Melo e
Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu
Brasinha, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim,
João Bosco Vaz, Luiz Braz, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro,
Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo
vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 085/10 (Processo nº
1961/10). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 525430, 528256 e
528717/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Trigésima Sétima, Trigésima Oitava,
Trigésima Nona, Quadragésima e Quadragésima Primeira Sessões Ordinárias. A
seguir, o senhor Presidente registrou o comparecimento do frei Maximino Tessaro
e do senhor Elimar Janz, respectivamente Pároco e integrante do Conselho
Paroquial da Paróquia Santo Antônio do Partenon, convidando-os a integrar a
Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao frei Maximino Tessaro, que
convidou todos para a Festa de Santo Antônio, a ser realizada no dia treze de
junho do corrente. Em continuidade, o senhor Presidente concedeu a palavra ao
vereador João Carlos Nedel, que, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre,
saudou os visitantes. Ainda, o senhor Presidente concedeu a palavra, para
considerações finais, ao frei Maximino Tessaro. Às quatorze horas e quarenta e
quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quatorze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum.
Após, por solicitação do vereador João Antonio Dib, foi realizado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma ao irmão Arnaldo Isidoro, ex-Diretor da Fundação
Pão dos Pobres de Santo Antônio, falecido no dia de hoje. Em prosseguimento, o
senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Marília
Alves Fidell, Presidenta da Associação Comunitária Unidos da Paulino, que se
pronunciou acerca da implementação do Programa Minha Casa, Minha Vida no
Residencial Bento Gonçalves. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
vereadores Reginaldo Pujol, Pedro Ruas, Engenheiro Comassetto, Sebastião Melo,
Luiz Braz, Sofia Cavedon, esta pela oposição, Toni Proença e Nilo Santos
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, o
senhor Presidente concedeu a palavra à senhora Marília Alves Fidell, para
considerações finais acerca do tema em debate. Na oportunidade, foram entregues
ao senhor Presidente camisetas referentes ao Residencial Bento Gonçalves e ao
Programa de Orçamento Participativo. Às quinze horas e trinta e um minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
trinta e três minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foram
apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia
de hoje: nº 027/10, de autoria do vereador Adeli Sell, em compromissos
agendados com o senador Paulo Paim, no Senado Federal, em Brasília – DF –; nº
038/10, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, no ato de inauguração da
Unidade de Saúde da Família Paulo Viaro, às dez horas, em Porto Alegre; nº
023/10, de autoria da vereadora Maria Celeste, no Grande Expediente em homenagem
ao centenário da Diocese de Santa Maria, às quatorze horas, no Plenário 20 de
Setembro da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto
Alegre; e nº 021/10, de autoria do vereador Paulinho Rubem Berta, na solenidade
de posse do senhor Eduardo Kensi Antonini na Secretaria Estadual Extraordinária
da Copa do Mundo 2014, às quinze horas, no Centro Administrativo Fernando
Ferrari, em Porto Alegre. Em continuidade, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a
tratar da carreira de odontologista no Município e Porto Alegre. Compuseram a
Mesa o vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
e o senhor Andrew Lemos Pacheco, Presidente do Sindicato dos Odontologistas no
Estado do Rio Grande do Sul. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, nos
termos do artigo 180, § 4º, inciso I, ao senhor Andrew Lemos Pacheco, que se
pronunciou sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, §
4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Mario Manfro, Dr.
Raul, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini e Toni Proença e a vereadora
Sofia Cavedon. Na ocasião, o vereador Pedro Ruas manifestou-se em relação ao
pronunciamento do vereador Mario Manfro em Comunicações. Em prosseguimento, o
senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em
debate, ao senhor Andrew Lemos Pacheco. Às dezesseis horas e dezenove minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis
horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum. Durante a Sessão, foram
registradas as seguintes presenças: do vereador Paulo Cezar Rodrigues de Souza,
da Câmara Municipal de Encruzilhada do Sul – RS –; do vereador Dilamar
Zambiasi, da Câmara Municipal de Coqueiros do Sul – RS –; do senhor Humberto
Goulart, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação; e do senhor Maurício
Melo, Conselheiro da Temática de Habitação, Organização da Cidade e Desenvolvimento
Urbano e Ambiental do Programa de Orçamento Participativo. Às dezesseis horas e
vinte e um minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a
seguir. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Nelcir Tessaro e secretariados
pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada por mim e pelo senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Quero anunciar a presença do Ver. Paulo Cezar
Rodrigues de Souza, do PMDB, da cidade de Encruzilhada do Sul. Seja bem-vindo,
Vereador!
Passamos à visita do dia de hoje. Convido o Sr. Elimar Janz, do Conselho Paroquial da Igreja Santo Antônio, para fazer parte da Mesa.
O Frei Maximino Tessaro, da Paróquia de Santo
Antônio do Partenon, está com a palavra para que faça as suas considerações e
convites à comunidade para participarem dos eventos que estão acontecendo nesta
semana.
O SR. MAXIMINO
TESSARO: Exmo Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Exmos
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
senhoras e senhores, nossa cordial saudação de Paz e Bem!
Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer que o Frei
Luiz Turra, pároco da nossa igreja, não pôde se fazer presente devido ao início
do Tríduo que antecede a grande festa de Santo Antônio no próximo domingo;
pediu-me, porém, que transmitisse a todos a sua saudação.
É com grande satisfação que estamos nesta Casa para
divulgar o grande evento social e religioso da Paróquia Santo Antônio do
Partenon.
Todos nós sabemos do imenso e devotado carinho que
o povo da Grande Porto Alegre dedica a Santo Antônio. A cada ano, no dia 13 de
junho, convivemos com um grande número de pessoas que vão até a nossa Paróquia
buscando fortalecer sua fé e aprimorar a sua caminhada.
Nós, Freis Capuchinhos, a cada ano, percebemos o
aumento do número de devotos que vêm à nossa igreja, participando de forma
ativa nas festividades. Também vemos o crescimento do nosso Bairro. Aliás,
temos uma grande preocupação com o nosso Bairro, com vistas que ele seja um
espaço digno à convivência das pessoas. Desde a
chegada do Frei Luiz Turra, temos procurado melhorar cada vez mais o nosso
espaço, para que se transforme, efetivamente, em mais um ambiente não só de
vivência religiosa, mas, sobretudo, de vivência comunitária, pois sabemos que a
Igreja só pode crescer se tiver a sua base na comunidade. Por isso nós temos
aqui o banner da restauração externa
da nossa igreja. Também estamos preocupados com a melhoria da praça diante da
nossa igreja.
Lembramos também que
a nossa comunidade se prepara para festejar, no ano que vem, os cem anos de
instalação da nossa Paróquia, sempre com o trabalho dos Freis Capuchinhos.
Queremos celebrar esse centenário com todos os moradores, não só do nosso
Bairro, mas da nossa Cidade. E começamos aqui já convidando a todos os
Vereadores, para que, junto conosco, marquem essa data tão significativa.
Outro dado que não
podemos deixar de evidenciar, neste momento, é o compromisso social da nossa
Igreja, que é a Ação Solidária Santo Antônio, que realiza um trabalho de
promoção humana, de assistência e de reinserção da pessoa na comunidade através
de projetos de geração de renda. (Mostra fôlder.)
Também temos a
preocupação de que a pessoa cresça humanamente, e não só profissionalmente,
pois Santo Antônio nos diz: “Todas as nossas obras são inúteis para a vida
eterna se não são condimentadas com o bálsamo da caridade”.
Todo esse trabalho
social vem motivado por uma experiência de fé que se traduz em ação. São
sessenta voluntários que dedicam uma parte de seu tempo para dar atenção às
pessoas mais necessitadas. Temos, por mês, 1.500 atendimentos; entregamos 245
cestas básicas por mês, vinculando os beneficiados à participação nos projetos de
geração de renda, pois temos em mente, sempre, que mais vale ensinar a pescar do que dar o
peixe.
A Festa deste ano, de 2010, tem como tema: “Acender
luzes e aproximar”. Nossa comunidade é marcada por muitas luzes que, muitas
vezes, se apagam pelo egoísmo, pela falta de atitude, pela falta de
sensibilidade. Nós queremos acender nas pessoas, em primeiro lugar, a luz da fé
que nos aproxima, a luz da partilha onde ninguém passa necessidade, a luz da
solidariedade que transforma as pessoas, que ressignifica a vida das pessoas.
Ficamos agradecidos pelo convite para estarmos aqui
nesta Casa do Povo diante dos nossos representantes. Por fim, agradecemos a
oportunidade, agradecemos ao Excelentíssimo Vereador Nelcir Tessaro, que nos
possibilitou estarmos aqui. Esperamos, também, contar com a presença, nas
nossas celebrações, de todos os Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, assim como de toda a comunidade de
Porto Alegre. Meu muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Convido o Frei Maximino Tessaro para que tome
assento à Mesa.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra e
falará, em nome dos Vereadores, a respeito dos festejos de Santo Antônio.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente Nelcir Tessaro; Vereadores, Vereadoras; nossos
convidados que nos visitam, Frei Maximino Tessaro e Sr. Elimar Janz, do
Conselho de Pastoral Paroquial Santo Antônio, é uma honra falar em nome de
todos os Vereadores e Vereadoras para dar as boas-vindas e agradecer a presença
de grande parte da comunidade, muito querida, que é a comunidade de Santo
Antônio, lá do Partenon.
Quando a gente ouve o Frei Maximino nos falar das
atividades sociais da Paróquia, eu volto a lembrar o que muitas vezes falo aqui
desta tribuna: a ação solidária da Igreja Católica. E hoje podemos falar
somente na parte de solidariedade, nem vamos falar, Ver. Dr. Raul, na área da
Saúde, dos nossos hospitais filantrópicos. Veja quanto benefício a Igreja
Católica presta à sociedade. Também não vou falar na área da Educação, quantas instituições
de educação a nossa Igreja Católica está conduzindo para beneficiar a
sociedade! E, na área da solidariedade, quantas creches, quantos asilos,
quantas associações comunitárias, quantas ONGs temos aí!
Hoje, por exemplo, temos uma notícia triste, que é
o falecimento do Irmão Arnaldo, do nosso Colégio Pão dos Pobres, que tantos
anos de solidariedade prestou à comunidade.
O Frei Maximino vem nos falar aqui do compromisso
social da Paróquia, da Instituição, do Conselho de Pastoral Paroquial, e ele
nos dá apenas dois dados aqui, de que 60 voluntários - sem nada ganhar, só com
aquela ânsia de fazer o bem - prestam atendimento a 1.500 pessoas por mês e
distribuem, de acordo com um censo econômico, 245 cestas básicas de
alimentação. Esse é um trabalho extraordinário. E eu quero, então, cumprimentar
esse dom que os voluntários todos têm de prestarem essa assistência social e
essa vocação de amor que a Paróquia tem.
Nós agradecemos também o convite para a Festa de
Santo Antônio, e eu estimulo os presentes e os telespectadores da TVCâmara que
participem, no dia 13 de junho, da nossa Festa de Santo Antônio.
Eu queria dizer ainda, Frei Maximino e Sr. Elimar
Janz, que, quanto ao painel que os senhores trouxeram, que mostra o trabalho de
recuperação do templo da nossa Paróquia, como sou o Presidente da Frente
Parlamentar do Turismo, nós queremos incentivar, em Porto Alegre, o turismo
religioso. Nós, às vezes, vamos à Europa participar de uma devoção, e nós,
aqui, temos a devoção a Santo Antônio, com um templo já recuperado,
revitalizado, que se presta a receber devotos e turistas de todo o Brasil.
Então, é uma contribuição forte para a nossa Capital a revitalização desse
grande templo religioso.
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, nós
queremos parabenizá-lo pelo seu pronunciamento e, ao mesmo tempo, em nome da
Bancada do PT, nos solidarizar com esse grande evento. Quero dizer que mais
importante de tudo isso é a fé e a reflexão que as pessoas estão tendo nesse momento
tão importante que a Igreja oportuniza aos cidadãos.
Aqui em Porto Alegre, nós temos a Festa de Nossa
Senhora dos Navegantes, a Via Sacra do Morro da Cruz, a caminhada de São Jorge,
a Festa de Santo Antônio, são paróquias que fazem eventos religiosos que
oportunizam ao cidadão fazer uma reflexão de si, da sua família; portanto são
momentos de enorme riqueza interior para nós, cidadãos, e também para as
famílias, que precisam muito disso. Queria parabenizá-lo por este momento e
também lhe agradecer o aparte.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Aldacir Oliboni.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, não sei se é exatamente o que tinha sido ajustado, mas, de qualquer
sorte, eu não vou me privar, já que a oportunidade se criou, não só de
cumprimentar a Paróquia como cumprimentar V. Exª, que é um cruzadeiro do
catolicismo na sua vida pública aqui nesta Casa. Eu, pessoalmente, quero dizer
que tenho uma vivência muito forte com Santo Antônio; o Santo Antônio do Pão
dos Pobres, localizado a 500 metros da minha residência, e o Santo Antônio do
Partenon, ao lado do Geraldo Santana, com o seu salão panorâmico, agora
reformado no último mês de fevereiro, onde, inclusive, tive a oportunidade de,
várias vezes, festejar o meu aniversário e alguns outros atos que não são tão
publicáveis assim, porque representavam reuniões político-partdiárias que não
vêm ao caso no momento. Então, eu quero dar um depoimento muito especial à ação
solidária do Santo Antônio do Partenon. Eu tive grandes amigos - infelizmente
uns não estão conosco - que não eram católicos, mas que se encantaram com
trabalho realizado pela Paróquia e, se não se converterem, se comprometerem,
porque passaram a atuar junto ao Conselho Paroquial e foram muito responsáveis,
têm grande crédito por grandes trabalhos que ali foram realizados. Então, eu
cumprimento os senhores - até há dois Tessaro à Mesa, o que fica um pouco
complicado para mim -; cumprimento o Frei Tessaro e o Presidente Tessaro, que
preside esta Sessão. Um abraço.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido amigo
Ver. Nedel, eu quero cumprimentar V. Exª e quero cumprimentar também quem vem
da Igreja Santo Antônio, que é a Paróquia que eu mais frequentei - eu, que não
sou muito de ir a paróquias, mas a que eu mais frequentei -, aqui em Porto
Alegre, desde que eu cheguei, com toda certeza. Lá eu tive a oportunidade de
fazer muitos amigos, de ter uma boa convivência com toda aquela comunidade, e
fico muito feliz quando a Paróquia Santo Antônio pode vir até aqui, ainda mais
quando nós estamos às vésperas dessas grandes festas, e, com toda a certeza,
esta Casa tem que se fazer presente. Eu não sei se é nepotismo isso, meu
querido amigo Presidente e Frei Tessaro, mas é uma satisfação poder tê-los à
Mesa. Muito obrigado.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Luiz Braz.
O Sr. André
Carús: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, cumprimento
V. Exª pelo pronunciamento, em nome da Bancada do PMDB, e saudamos a tradição
da Paróquia Santo Antônio. Frei Tessaro - homônimo do Presidente da Casa -,
gostaríamos de nos associar também a esta reverência, porque é um momento
importante, uma data que já tem todo um significado na vida do povo
porto-alegrense, não só para aqueles que são vizinhos da Paróquia, no bairro
Partenon, no bairro Santo Antônio, mas por todos os frequentadores, fiéis,
aqueles que estão engajados na festividade nesta data tão importante para a
Cidade.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, venho
trazer um abraço a V. Exª, ao Frei, ao pessoal que está aqui conosco na tarde
de hoje e dizer que, em 1989, quando assumi como Vereador em Porto Alegre - lá
se vão 21 anos; estive fora por 12 anos e agora voltei -, a Paróquia Santo
Antônio sempre esteve presente conosco aqui na Câmara. É bom vê-los aqui
conosco, até porque me traz à memória o Frei Irineu Costella, que, de tempos em
tempos, duas, três, quatro vezes por ano, estava conosco aqui, conversando
sobre as ações da nossa Paróquia Santo Antônio e sobre as suas festividades.
Então, quero trazer um abraço todo especial aos senhores que nos visitam, um
abraço especial ao Vereador e a todos os nossos frequentadores da Paróquia
Santo Antônio. E, com relação à emenda que existe da proposta de fazer
melhoramentos na Paróquia, estive, pessoalmente, há bem pouco tempo, com o
Prefeito Fortunati para dizer da importância de uma agilização do processo.
Então, estamos trazendo um abraço e já justificando que não estarei, no dia 13,
na Festa, porque estarei no interior do Estado do Rio Grande do Sul. Um abraço
ao senhor que está presente e a todos paroquianos da Paróquia Santo Antônio.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Airto Ferronato.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, é com
muita satisfação que peço um aparte para dizer que sou um admirador e gosto
muito do trabalho da Paróquia Santo Antônio. Todas as vezes que fazemos
carreatas nas ruas é muito bem aceito pela população. Parabéns para a Paróquia,
desejo vida longa à Paróquia, da qual sou fã.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Alceu Brasinha.
O Sr. Toni
Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Frei Tessaro; Ver. João Carlos Nedel, que se manifesta em nome
de todos nós, quero, em nome da Bancada do PPS, saudar a Festa de Santo Antônio
e a obra da Paróquia Santo Antônio. Eu e o meu xará, João Antonio Dib, somos
Antônios e nos sentimos muito acolhidos, principalmente pelo tema que vocês
apresentam na Festa deste ano: ascender luzes, que significa orientar, e
aproximar, que significa acolher. Como diz um trecho da oração de Santo Antônio:
“Nunca se ouviu dizer que alguém que tenha recorrido a Vossa proteção, tenha
sido por Vós abandonado.” Parabéns a todos, e continuem assim!
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Toni Proença. Eu quero, para encerrar, Sr. Presidente,
dizer que o Tríduo já começou hoje, continua amanhã, sexta-feira, e é concluído
no sábado. Nós temos missa às 10h, às 15h30min e às 19h, até sexta-feira. E, no
domingo, a grande Festa de Santo Antônio, com missa de hora em hora a partir
das 7h, e várias procissões: uma às 9h e outra às 15h, com missa campal. Depois
há outra missa solene, também campal, às 19h, e às 20h a famosa Procissão
Luminosa de Santo Antônio. Todos estão convidados.
Eu queria também agradecer a distribuição do
pãozinho de Santo Antônio, que vem aqui alimentar, dar luzes aos nossos
Vereadores e aos nossos funcionários. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Frei Maximino Tessaro está com a palavra para as
suas manifestações finais. Após, procederá à benção aos pães para a sua
distribuição.
O SR. MAXIMINO
TESSARO: Exmo Sr. Presidente Nelcir Tessaro, gostaria de agradecer a
cada Vereador que conosco sonha por um mundo melhor. Com certeza, cada palavra
que foi dita aqui representa uma grande história construída através de uma
experiência de fé. Nós sonhamos com uma sociedade nova, uma sociedade que se
guie pelos valores do Evangelho. Por isso este ano nós queremos acender as
luzes da esperança, porque não basta só a cidadania para o ser humano; nós precisamos
também de uma experiência de fé, pela qual nos engrandecemos e valorizamos a
nossa vida numa comunidade. A comunidade nos mostra como nós somos, e é nela
que nós podemos agir e fazer acontecer a nossa cidadania. Eu quero agradecer a
esta Casa, a Casa do Povo, agradecer com carinho, e que Santo Antônio abençoe
cada Vereador, cada pessoa que sonha por uma Porto Alegre melhor, por um
Município melhor, por um bairro melhor. E nós, lá, sonhamos que a nossa Igreja
chegue aos cem anos com a nossa praça sendo um espaço bem privilegiado para
acolher todo o povo que por lá passa. São milhares de pessoas que vêm à nossa
Igreja; por isso nós queremos transmitir essa experiência de fé, essa
valorização da pessoa, promovendo a pessoa na sociedade de hoje.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Frei Maximino Tessaro, que vai proceder
à benção dos pãezinhos. Vamos suspender a Sessão para a benção dos pães e as
despedidas dos nossos visitantes.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h44min.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 14h48min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um
minuto de silêncio em memória do Irmão Arnaldo, que foi Diretor do Instituto
Pão dos Pobres de Santo Antônio e que faleceu hoje. A missa de corpo presente
será às 17 horas na Igreja Santo Antônio.
O Irmão Arnaldo foi
meu professor no Ginásio, em Caxias do Sul, e era muito amigo desta Casa.
Sempre que ele podia comparecer, ele comparecia, mas agora ele já estava
passando e muito dos 90 anos. Em memória dele, então, eu peço um minuto de
silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Registro
a presença do Ver. Dilamar Zambiasi, do PT, de Coqueiros do Sul.
Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Srª Marília Alves Fidell, Presidenta da
Associação Comunitária Unidos da Paulino, está com a palavra pelo tempo
regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao Programa Minha
Casa, Minha Vida - Residencial Bento Gonçalves.
A SRA. MARÍLIA
ALVES FIDELL: Obrigada. Boa-tarde a todos e a
todas. Eu queria cumprimentar o Presidente da Casa, o Ver. Nelcir Tessaro, e
agradecer por esse espaço democrático que tem esta Casa, que nos oportuniza
trazer as nossas demandas, que, muitas vezes, não chegam da forma como nós
gostaríamos que chegassem até os nossos Vereadores. Eu queria também agradecer
a presença dos moradores da Unidos da Paulino, de todo o Partenon, que estão
aqui presentes com grande dificuldade para poderem prestigiar esta tribuna que
nós pedimos. Também quero agradecer ao Centro de Educação Ambiental, que é um
parceiro nessa luta, com as suas demandas também de habitação.
Em primeiro lugar,
aos nossos Vereadores, que têm um mandato eletivo com o aval da sociedade de
Porto Alegre... Eu, Marília Fidel, Conselheira do Orçamento Participativo; o
Conselheiro Émerson e o Conselheiro Maurício, aqui representando a Temática de
Habitação, vimos, juntamente com uma grande liderança, que é a Marli Medeiros,
da Vila Pinto, representando também as comunidades que estão hoje precisando de
todo o apoio deste Parlamento, dos Srs. Vereadores, para que nos ajudem a
encaminhar, a garantir, a desburocratizar o Programa Minha Casa, Minha Vida em
Porto Alegre.
O Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo
Federal, tem como meta construir um milhão de casas para famílias de baixa
renda, até três salários mínimos. Porém, com a grande demanda em todos os
níveis, o Programa também beneficia a população que tem até dez salários mínimos
de renda. Essa é a característica deste Programa que os Srs. Vereadores
conhecem.
Esse Programa exige uma contrapartida muito grande
dos governos municipais. Se o Governo Federal fez uma política, que é um
Programa - ele tem início, ele tem meio, ele tem fim, porque é um Programa, não
é uma política pública -, ele nos faz pensar e traz um desafio para nós. As
Prefeituras se deparam com os grande problemas que esse Programa trouxe à
visibilidade, que são os que nós, dos movimentos sociais, já identificamos: o
problema da falta, da ausência total de uma política direcionada à habitação de
famílias de baixa renda.
Os Srs. Vereadores, alguns aqui já têm alguns
mandatos, acompanharam todo o processo de como funciona o DEMHAB, de como era a
forma de inscrição para adquirir casa, dependiam da inscrição, dependiam do
recurso do DEMHAB para as suas moradias. Hoje nós temos uma política que
consegue atingir, minimamente, casas de emergência, aluguéis sociais e
empreendimentos com recursos que não são os recursos da Prefeitura - acredito
que por serem poucos, e as demandas serem grandes.
Embora esse Programa tenha um conceito novo de
moradia digna, ele também traz à luz uma grande problemática, que são as
desigualdades ao acesso à moradia e o visível retrato das desigualdades
sociais, Srs. Vereadores. É só observar o mapa da Cidade. Porto Alegre tem
lugares ótimos para se viver onde estão sendo construídos grandes
empreendimentos luxuosos e privados, obras fantásticas construídas em tempo
recorde. Em contrapartida, nessa disputa territorial, ficamos à mercê de uma
burocracia interna da Prefeitura, arrastando por anos a liberação para a
construção desses empreendimentos e deixando à margem
famílias pobres totalmente dependentes da vontade política dos nossos governantes,
e estes dependentes de um processo burocrático de seus próprios departamentos.
Enquanto isso, a falta de perspectiva de atendimento às nossas necessidades faz
as famílias carentes buscarem as suas próprias alternativas, o que é visível
quando nós vamos, por falta de opção, de uma alternativa real de moradia,
construir as nossas casas com as próprias mãos, de forma primária, artesanal,
em cima dos morros, sendo chamadas de áreas de risco; e, na, verdade nem todas
são áreas de risco; são casas construídas com risco, porque já tivemos a
oportunidade, no Conselho do OP, de irmos a Belo Horizonte e, lá, conseguimos
ver empreendimentos em cima dos morros, meus amigos moradores do bairro
Partenon e da cidade de Porto Alegre, feitos com uma infraestrutura maravilhosa,
sem nenhum risco social, sem nenhum risco de desabamento. Então, sabemos que
pode, sim, serem construídas casas nos morros; o que não pode é serem
construídas pelas nossas próprias mãos, com três colheres de cimento e tijolos
colocados da forma que nós podemos por falta, realmente, de alternativa.
Ao buscar habitação
em áreas impróprias, a população provoca danos ambientais e coloca em risco a
sua vida e a dos seus familiares.
Os nossos Vereadores
estão aí observando na mídia, assim como nós, na periferia, os desabamentos. As
casas construídas em cima de morros, na forma artesanal, como falei, estão
sendo devastadas pela chuva, estão sendo soterradas famílias e crianças. E aí,
o Governo e os Prefeitos têm que trabalhar com outro recurso, que é o recurso
para enterrar essas pessoas, o recurso para o funeral de pessoas que poderiam,
de uma forma digna, não estar morando naquele local.
Então, nós temos que
trabalhar - e este é o meu papel aqui, como Presidenta de uma Associação, como
uma pessoa que foi para a luta buscar moradia digna para as pessoas - para que
não lamentemos, depois, quando nos transformarmos em uma Santa Catarina, em um
Rio de Janeiro, que é uma cidade maravilhosa; para não chorarmos e lamentarmos
com as manchetes que dizem: “Morreram Famílias Soterradas”. Mas não viram antes
que isso era possível acontecer?
As pessoas, quando
vão fazer casas nos morros para morar, elas não vão lá por uma opção; elas não
fazem as casas, Ver. Oliboni, Ver. Comassetto; meu Diretor do DEMHAB, porque querem:
elas fazem porque não têm opção. Ninguém fica em uma área em que, quando dá um
temporal, tem que se sair de casa porque se tem medo de a casa desabar, por
opção, por prazer. Nós também não queremos sair dos nossos morros, porque dizer
que tem que tirar as pessoas das áreas de risco é dizer que elas têm que sair
do seu habitat, é dizer que elas têm
que deixar de conviver com seus vizinhos, com seus amigos, no meio em que ela
criou uma relação de harmonia, uma relação de confiança.
Bom, como fazer? Por
que não pensar, sim, em empreendimentos que visem à manutenção dessas pessoas
que já estão, consolidadamente, morando nesses locais?
Eu queria falar aqui
do Residencial Bento Gonçalves, no Partenon. Gostaria que os Vereadores
prestassem atenção e nos ajudassem nisso. Nós estamos aqui dizendo que existe
uma área que vocês já aprovaram, inclusive, que se tornasse Área de Interesse
Social, que fosse encaminhada para o Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, para
que se pudesse fazer o nosso empreendimento para 1.200 famílias, que não
necessariamente todas do Partenon, mas serão pessoas que moram de aluguel no
Centro, que moram de aluguel nos bairros, que não conseguem mais manter esse
aluguel e que se inscreveram com a esperança de ter a sua dignidade, de poder
pagar a sua casa própria.
Todos vocês,
Vereadores, com certeza, sabem que podem viajar, passear, estar aqui, mas sabem
que, na hora de ir para casa, lá está a casa de vocês! Nós também queremos isso
para a nossa comunidade, porque é bom sair, é bom trabalhar, mas é bom voltar,
mesmo que seja para uma casa simples, mas que seja nossa.
Hoje nós temos
pessoas, nas vilas, pagando 250, 300 reais por paredes cheias de cupins. Elas
têm que pôr um plástico para que os cupins não caiam na sua cabeça ou na sua alimentação,
quando elas estão se alimentando. É por isso que estamos aqui! (Palmas.) A
burocracia é muito forte, Ver. Toni, porque as pessoas não têm o nosso tempo,
não têm o tempo das nossas necessidades.
O Ver. Carús, que é
da juventude e assumiu agora há pouco tempo, deve estar pensando se isso ainda
existe. Mas ele conhece a nossa região da Vila Maria da Conceição como todos os
Vereadores; conhece o Morro da Cruz como todos os Vereadores; conhece a Vila
Bom Jesus como todos os Vereadores; sabe da realidade triste em que vivemos.
Sabe o nosso grande Vereador, Líder do Governo, que já lutou muito pela
habitação, que nós estamos estagnados. Não estamos fazendo uma política
habitacional, Verª Sofia. Nós temos que pensar não em um Programa que acaba
logo ali. Mesmo nesse Programa, o que está acontecendo, Ver. Sebastião? O que
vai acontecer? O Programa vai terminar, ele tem tempo e hora para começar e
terminar. Nós precisamos ter uma proposta concreta para que a gente consiga
usar esse recurso e fazer moradias dignas. Por quê? O tempo para nós é
importante.
Eu queria também
falar que não são só os pobres da periferia que precisam dessas moradias, tanto
que o Governo Federal pensou em ampliar para até dez salários mínimos, porque a
classe média também perdeu o seu poder econômico; a classe média, que morava
num apartamento de aluguel e tinha o seu carro, vendeu o seu carro e construiu
uma casa em cima do Morro da Polícia; ela construiu uma casa lá em cima da Vila
Maria da Conceição, porque lá ela não vai pagar aluguel e pode comprar uma casa
pré-fabricada e botar no morro - artesanalmente também.
Então, gente, o que
falta para nos atender? O que falta para o Jardim Bento Gonçalves ser
construído?
(Aparte
antirregimental.)
A SRA. MARÍLIA ALVES FIDELL: Eu sei, o Secretário
me falou, eu estou acompanhando. Já saiu um Edital, que é o segundo Edital; nós
temos medo de que seja o terceiro Edital, que não apareça empresa para
construir, que as empresas, com os seus próprios interesses, também boicotem
essa construção. Se alguém diz que se pode construir de zero a três, deixe esse
alguém fazer. Se há possibilidade de fazer para nós casas dignas que não vão
cair nas nossas cabeças daqui a dez, quinze anos, quando nós tivermos terminado
de pagar, agilizem, facilitem, fiscalizem, Srs. Vereadores!
O Presidente Tessaro
estava no DEMHAB quando nós estávamos discutindo, quando iniciou o Programa
Minha Casa, Minha Vida. Ele sabe do que eu estou falando.
Agora, nós, líderes
comunitários, moradores, não viemos fazer aqui um muro de lamentações, porque
nós também somos propositivos. Em dezembro do ano passado, a nossa Região
realizou - eu deixei ali um panfleto para o Presidente - um seminário que
falava em habitação digna. Vamos discutir a habitação, do morro ao asfalto. E
se vocês olharem o bairro Partenon, o que nos resta no Partenon? Nós temos um
quartel do Exército que ocupa 90% de uma área nobre do Partenon, tanto pela
Ipiranga, como pela Bento; um exército, que, hoje, rejeita o menino da nossa
vila, que tem a esperança de servir naquele quartel e é rejeitado por ser
desnutrido, por ter pouca escolaridade e por morar no morro. Esse quartel não
acolhe nem as nossas crianças, nem as nossas demandas, nem para capacitação na
geração de renda. Qual é o papel desses quartéis, hoje, numa área totalmente
urbana? Isso é pensar numa política. Vamos, quem sabe, transferi-los e reservar
aquela área para habitação digna, Dr. Raul! Por que não? As coisas não podem
permanecer como estão.
Nós temos o Hospital
Psiquiátrico São Pedro, que está mandando os seus doentes mentais para casa.
Muitas famílias deixam de trabalhar porque têm que cuidá-los, por uma política
de desafeto, de tirar os doentes mentais, que, no meu ponto de vista, em algum
momento, é equivocada, porque as pessoas não têm como cuidar dos seus doentes
mentais, têm que parar de trabalhar para cuidar deles. E está lá uma área
enorme, 80% - desculpem se eu estiver exagerando, talvez seja uns 50% - ociosa.
Mas poderia ser repensada uma alternativa de ser aproveitada melhor, inclusive para
atender a nossa gurizada, os nossos adultos que estão dependendo hoje dessa
droga infeliz, da qual todos estão acostumados a ouvir falar e a ver na mídia.
Então, não existe uma
alternativa para nós. Será que nós temos que vir aqui dizer que há alternativas?
Por que o asfalto não pode ser ocupado por nós, se o morro é área de risco? Por
que nós não podemos descer? Por que o pobre tem que morar lá na favela, atrás
do Beco da Mariazinha, como eu falei ontem para os moradores, quando nós
estávamos em reunião, não é, gente? Qual é o teu endereço? “Eu moro na Travessa
4, acesso 2, nos fundos da casa da tia Maria”. Isso é endereço, gente? Isso é
dignidade? Nem o carteiro chega para dizer que eles vão ser beneficiados com o
Minha Casa, Minha Vida.
Vou aproveitar o
tempo que me resta para pedir e sensibilizar vocês, Vereadores: Srs.
Vereadores, acompanhem o processo e nos ajudem a desburocratizar, porque eu não
sei o que está impedindo que o empreendimento Residencial Bento Gonçalves seja
construído. Mas também ajudem a Cidade a construir empreendimentos de zero a
três, Todeschini, porque os outros estão acontecendo, os nossos moradores veem
na televisão, lá: Programa Minha Casa, Minha Vida: “Oba, vai sair!”. Ah, Rossi,
Tenda... Vai lá para ver se vai sair... Porque não é para nós, é acima de três
salários mínimos.
E a responsabilidade
do Executivo, a responsabilidade da Prefeitura é dar casa para quem dela
precisa. Nós somos o público que ficamos dependentes de uma vontade política -
e eu sei que essa vontade política existe, está manifestada em várias ações,
mas a burocracia está acabando com a nossa esperança.
Nós não estamos
falando aqui só de casa, Vereadores; nós estamos falando de lar. Nós estamos
falando de um lugar que vai nos acolher - nós e a nossos filhos -; nós estamos
falando de um lugar a que nós possamos voltar, e esse lugar também está na mão
de vocês, Vereadores.
Eu queria encerrar,
lendo uma poesia feita por uma mulher da minha comunidade: “Casa.../ Com suas
janelas .../ Às vezes fechadas, tristes... outras não./
O universo entre
quatro paredes./ Semelhante à Terra./ Giramos em torno dela/ Saímos, mas
voltamos/ Reflexo de nossas transformações./ Sem casa.../ Perdemos o rumo da
História,/ Fragmentamos laços/Perdemos o nosso eu./Aonde retornar?/Raízes
arrancadas,/Nossos “cacarecos” cadê?/Casa.../Reúne amigos,/Dá colo no
cansaço.../Cala quando xingamos,/Suporta nossos desalentos./Abre a porta, nos
dá espaço/Sem casa, Srs. Vereadores, quem somos???” (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): Convido a Srª Marília para fazer parte da Mesa.
Registro a presença do Dr. Humberto Goulart,
Diretor do DEMHAB; do Sr. Maurício Melo, Conselheiro do Orçamento
Participativo; da Srª Marli Medeiros; do Sr. Émerson.
De imediato, passamos às manifestações das
Bancadas.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes de mais nada, meus
cumprimentos a V.Exª, que foi bem liberal com a nossa palestrante, e ela merecia
essa liberação em função do tema vigoroso que trouxe ao nosso debate. Acho que
dois minutos não serão suficientes para eu me manifestar a respeito de um tema
como este, sobre o qual eu tenho opinião firmada, e a senhora se encarregou de
reacendê-las em vários de seus aspectos, especialmente quando fala do desespero
popular, de que não há alternativas habitacionais e que sai em busca de
soluções onde possa encontrar. E ela pode estar à beira de um riacho, na
encosta de um morro, em qualquer lugar, é onde ele vai encontrar um cantinho
para colocar a sua choupana, e ali tentar construir uma residência, com todos
os riscos daí decorrentes. É complexo o problema!
O Ver. Goulart, que está aqui, dirige o
Departamento Municipal de Habitação, e o Presidente Tessaro, que dirigiu até há
pouco esse Departamento, conhecem bem o problema. Quando os representantes da
Caixa vieram aqui na Câmara e expuseram o Programa Minha Casa, Minha Vida, eu
disse ao Goulart e ao Tessaro - e o Ver. Goulart tem bem guardado isso - que
esse Projeto, para ser melhor, só se for verdade! Só ser for aplicado! E, desde
que o Projeto nasceu, as dificuldades têm sido as mais diversas possíveis. E a
senhora tem toda razão, as construções acima de três salários mínimos, na faixa
entre seis e dez salários mínimos, estão aí colocadas na mídia, com propaganda
jornalística, com festa de entrega e assim por diante. Agora, a população de
baixa renda, que vai ter de se submeter ao aluguel social, que não vai comprar
uma casinha, mas que vai habitar uma casinha por um determinado tempo, nesse
Fundo de Arrendamento Residencial e que, como a senhora disse muito bem, quem
já paga aluguel por um cantinho qualquer, pagar para o Programa por uma casa
decente não é nada equivocado.
Concluo, dizendo o seguinte: sinto que tenhamos
pouco tempo para discutir este assunto. Eu teria muito mais coisa para dizer,
até porque, Dr. Dib, nós não alugamos casa para povo nenhum; nós construímos
casa, vendemos para o povo casas dignas, que estão até hoje de pé; cerca de 10
mil residências que foram adquiridas, com poucos recursos, pelo povo, que hoje
é o legítimo proprietário. E essa foi a contribuição que nós demos a este
processo. Era isso, Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO
RUAS: Presidente Tessaro; minha cara Marília Fidell, eu falo em meu nome e em
nome da Verª Fernanda Melchionna, do PSOL. Conheço o teu trabalho, Marília, há
tantos anos; sei da importância dele, te homenageio, neste momento, com muita
alegria. Quero dizer o seguinte: há alguns anos, uns quinze anos, a CNBB fez
uma campanha, como faz anualmente, e o título, eu já me referi sobre isso, era
“Onde Moras?”, que os governos todos do Brasil, em nível Municipal, Estadual e
Federal, tinham a obrigação de fornecer essa resposta à população mais carente.
“Onde Moras?”, o endereço do pobre - exatamente na tua linha de raciocínio.
A questão do Residencial Bento Gonçalves, por óbvio,
tem o nosso apoio. A Verª Fernanda Melchionna e eu fizemos uma Emenda aprovada,
por unanimidade, na Casa, por sinal - agradecemos a toda a Casa nesse sentido
-, garantindo aquilo que o Projeto já trazia em sua Exposição de Motivos, que é
a moradia, a casa própria para a renda familiar de zero a três salários
mínimos. Então, nós compreendemos essa luta, é nossa luta também, temos orgulho
dos militantes e das militantes que travam essa batalha, e tenho certeza,
Marília, de que esse trabalho não é em vão. E mais: boa parte dos resultados
pode-se ter em curto prazo. Eu tenho certeza absoluta de que tu contas com boa
parte, eu acho que integralmente, da composição da Casa, de todas as Bancadas, e, não tenho dúvida, também, de boa parte do
Executivo.
Conta conosco,
sabemos da importância e da relevância desse trabalho, e, a partir de agora,
com a tua intervenção, ele também não parará mais até o resultado definitivo.
Parabéns e conta
conosco. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, prezada Marília Fidell
e demais lideranças comunitárias, em nome do meu Partido, o PT, eu gostaria de
dizer que essa luta pela afirmação da cidadania na busca de uma identidade, de
um endereço, de uma residência, de um teto, hoje faz parte de uma luta
nacional. O Presidente Lula, assim que assumiu, construiu, elaborou, instituiu
o Ministério das Cidades. E neste momento, nós continuamos construindo - já
que, na próxima semana, os representantes de Porto Alegre, como de todo o Rio
Grande do Sul, irão para a 4ª Conferência Nacional das Cidades - um sistema
nacional de desenvolvimento urbano. E o que isso significa? Que cada um -
União, Estado e Município - tem a sua responsabilidade, e aqui, em Porto
Alegre, nós ainda temos a tarefa de casa para fazer, que é, justamente, cumprir
o Estatuto da Cidade e a legislação do Minha Casa, Minha Vida, aprovada em
nível nacional e nesta Casa também.
Nós temos 750 vilas
irregulares, mas precisamos que o Executivo elabore um plano de regularização
fundiária que contemple essa totalidade. Nós precisamos regularizar as áreas
públicas, sejam do Município, do Estado e da União, que estão ocupadas. Já é
direito adquirido a concessão do uso especial do solo para fins de moradia, que
é o caso da Paulino Azurenha. Há uma Lei pronta para ser votada aqui, na Casa,
que garante que o Governo aplique isso imediatamente.
Portanto, em nome da
minha Bancada, e como coordenamos a Frente Parlamentar pela Reforma Urbana,
somos aliados, continuaremos sendo aliados, para que a reforma urbana seja uma
bandeira na cidade de Porto Alegre, mas assumida por todos.
Um grande abraço, e boa
luta.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente Tessaro;
querida Marília, cumprimento todos e a comunidade.
Não é à toa, Marília,
que esse tema ponteou, nos últimos tempos e lidera o ranking das questões populares: habitação na cidade de Porto
Alegre. É importante lembrar que mais de 50 mil pessoas foram às filas para se
inscrever, e, até onde eu sei, dos seis mil contratos assinados, apenas mil e
duzentos dizem respeito à renda de zero a três salários. Isso mostra que o que
tu estás dizendo tem coro, sim. Agora, nós não vamos resolver isso com
discurso; eu acho que temos que resolver isso numa operação tripartite, Sr. Presidente
e Diretor Dr. Goulart. O Governo Federal anuncia fartos recursos, joga para as
Prefeituras coisas que as Prefeituras, às vezes, não podem resolver.
Eu quero perguntar aqui, alto e bom som, a todos os
homens públicos da Cidade: há terrenos para construir cinquenta mil casas em
Porto Alegre? Quarenta mil? Trinta mil casas para famílias com renda de zero a
três salários? Só um minutinho! Eu estou fazendo perguntas que não podem ser
respondidas com “achômetro”.
Então, está na hora da disputa política sobre esse
tema. A senhora está propondo, o Presidente nos conduz, está na hora de fazer
uma reunião envolvendo o Governo Federal, o Governo Estadual, o Ministério das
Cidades, esta Casa, as comunidades, e estabelecer o seguinte: no que se pode
avançar? Porque a “burrocracia” é um pedaço disso, mas não é tudo. Não adianta
eu dizer que há dinheiro para casas populares, transferi-lo para as Prefeituras
- e aí? Isso não é bem assim, nós sabemos que não é bem assim. Eu não estou
fazendo crítica ao Governo Lula, pelo contrário.
Agora, pontualmente, sobre o que a senhora fala,
esta Casa discutiu isso, e aqui tem nomes: Ver. DJ Cassiá, Ver. Oliboni, todos
nós! Eu era Presidente. Primeiro, tínhamos a intenção de só colocar a escola
técnica; depois evoluímos: vai ter a escola técnica e o assentamento das
famílias. Isso, para mim, tem clareza meridiana. Agora, o resto do conjunto da
Cidade merece, indiscutivelmente, um fórum permanente, e quem deveria mediar é
esta Casa, porque esta Casa é plural, esta Casa tem toda as forças políticas.
Portanto, cumprimento V. Sª por tantas lutas que
vem aqui defender, que são de justeza maiúscula de todo o nosso País. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): o Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, quero cumprimentar a Marília, porque, em tudo o que falou, ela
não colocou nenhuma conotação ideológica. A preocupação dela foi com as pessoas
que precisam de um lugar para morar. Quero cumprimentar você porque acredito
que não podemos partidarizar esta luta. Temos que unir esforços para que todos
possam sair vitoriosos no final.
Esta Casa, Presidente Tessaro, não faz muito tempo,
para poder viabilizar o Projeto da Arena do Grêmio, acabou possibilitando que
fossem construídos, ali na Azenha, prédios com 70 metros de altura, o que foge
às regras daquilo que é o nosso Plano Diretor hoje. Se isso foi possível para
viabilizar o Projeto do Grêmio, é claro que, respondendo à pergunta do Ver.
Sebastião Melo, nós não vamos encontrar terrenos pra construir 50 mil casas
aqui em Porto Alegre, mas podemos fazer empreendimentos com terrenos que possam
possibilitar que, pelo menos, boa parte desta população possa morar com
dignidade. Com toda a certeza, esta Casa tem que ser parceira, a Prefeitura
Municipal tem que ser parceira, o Governo Federal e o Governo do Estado também.
Acho que é uma luta de todos. Afinal de contas, a coisa mais sagrada que se tem
é o direito das pessoas morarem. Quero cumprimentar você por ter demonstrado
ser uma grande líder. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Marília, eu gostaria de cumprimentá-la e reconhecer que a tua fala tem
muito significado pela trajetória de luta, de coerência e de compromisso com as
lutas populares. Eu queria cumprimentar a comunidade que está aqui e também
pelo tema que vocês trazem. Nós temos falado muito neste ano, na tribuna, que o
Minha Casa, Minha Vida está muito atrasado em Porto Alegre. Muitos debates
fizemos aqui - e falo em nome da oposição - contrários, por exemplo, à venda de
terrenos públicos que se está fazendo não só no Estado do Rio Grande do Sul;
também estamos brigando com a Governadora Yeda, porque não aceitamos vender 73
hectares dentro de Porto Alegre, que podem ser para moradias populares, em nome
de um dinheiro que tem que levantar. Mais: a cidade de Porto Alegre vendeu
muitos terrenos, e muitos embates fizemos aqui com o Governo Fogaça porque
entendemos que toda área pública - isso está na Constituição Estadual e Federal
- tem que ser destinada, prioritariamente, à habitação popular. O Governo do Estado
e o do Município fizeram muito pouco para realizar o Minha Casa, Minha Vida não
só em termos de burocracia de aprovação, mas de tomar frente para encontrar
espaços, destinar e fazer um programa que será, sim, um programa de Estado, e
essa tua reivindicação é fundamental. Nós estamos já planejando o terceiro PAC
no Brasil. Veio para ficar um Estado brasileiro que, de fato, induz o
crescimento econômico, induz políticas sociais e aposta no crescimento, no
enfrentamento de crises, alargando a possibilidade de consumo e de dignidade e
passa, sim, pela moradia, fundamentalmente, pela moradia, pela dignidade
humana.
Então, a nossa Bancada, a Bancada de oposição toda
- agradeço pelo espaço, Ver. Pedro Ruas - tem um grande compromisso com o
Programa Minha Casa, Minha Vida. E achamos, Vereador-Presidente - V. Exª, que
tem uma grande trajetória nessa área -, que o Minha Casa, Minha Vida merece um
debate mais continuado e mais forte desta Casa, para vermos o que, de fato,
está entravando esse Programa fundamental que, em outras cidades e em outros
Estados, tem muito mais resultado do que aqui em Porto Alegre. Então, é muito
bem-vinda a presença de vocês, a reivindicação de vocês, e contem com toda a
Bancada de oposição. Obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI
PROENÇA: Quero, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
cumprimentar a Marília Fidell pela manifestação e pela luta; cumprimentar a
Marli Medeiros de Lima, o Maurício Melo e o Émerson, que acompanham a Marli
nesta luta; quero cumprimentar o nosso Ver. Goulart, Diretor do DEMHAB, que tem
sobre si o desafio de construir soluções para a habitação popular em Porto
Alegre.
Quero fazer aqui um diálogo com o Sebastião Melo e
dizer-lhe que é verdade que, se nós procurarmos áreas livres em Porto Alegre
para construir 50 mil casa, não teremos, mas tenho certeza de que, se nós
aproveitarmos as áreas que existem em Porto Alegre - e essa tem sido uma grande
dificuldade do Ver. Goulart -, nós talvez não cheguemos a 50 mil, mas
chegaremos a muito. Nós temos prédios abandonados, temos pequenas áreas e
pequenos terrenos. Talvez tenhamos que mudar a ótica, a visão da política,
porque nós aqui, nesta Câmara, temos tratado muito da alienação ou desalienação
de imóveis públicos, pequenos imóveis, e vão vender os terrenos, e nós aqui
temos lutado sempre para que aqueles terrenos sejam encaminhados ao DEMHAB,
mas, às vezes, o que nos têm argumentado é que são terrenos pequenos, muito
pequenos para fazer um empreendimento, mas pode fazer quatro ou cinco casas.
Talvez a ótica tenha que ser mudada, para que a gente possa ter um pouco mais
de ousadia no enfrentamento dessa questão, principalmente das moradias na
habitação popular.
Por outro lado, ninguém desconhece que Porto Alegre
está vivendo um boom imobiliário que
retira, Marília, a facilidade de encontrar quem queira construir para a baixa
renda. Se você conversar com todos os empreendedores imobiliários de Porto
Alegre, vai ouvir deles que eles têm dificuldade em encontrar mão de obra para
poder executar o tanto de obra que eles têm por financiamento, porque o mercado
está aquecido. Às vezes, o que é bom para uns atrapalha um pouco para outros. O
que nós precisamos é nos somar a esta luta. Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, do
qual o senhor faz parte, bem como o Ver. DJ Cassiá, Ver. Brasinha e Ver.
Maurício Dziedricki, quero saudar a Marília, saudar também o Maurício, que está
ali; saudar todas essas pessoas que auxiliam na construção desses espaços de proteção,
porque a casa nada mais é do que um espaço de proteção da família. Uma saudação
especial também ao nosso Diretor do DEMHAB, o Ver. Dr. Goulart, o qual me
passou alguns dados: hoje, nós temos 28 mil unidades que estão em estudo na
Caixa e na Prefeitura. Por isso a
necessidade do trabalho conjunto da sociedade civil, desta Casa, da própria
Bancada de oposição na Casa, do DEMHAB, deste Governo que aí está, para que nós
possamos, então, fazer com que isso saia do papel e se torne realidade. Vinte e
oito mil unidades estão em estudo na Caixa e na Prefeitura, e 5.800 já estão
aprovadas. No que se refere às dificuldades que a Caixa tem em fazer a
liberação para as pessoas que ganham de zero a três salários mínimos, eu tenho
certeza de que a própria Bancada de oposição tem como se reunir com a Caixa,
fazer um trabalho para que esta libere com maior facilidade. Este é o momento
em que não podemos esperar o retorno financeiro, mas, sim, pensar em dar um
salto na qualidade de vida e melhorar a qualidade de vida do nosso povo de
Porto Alegre.
Então, quero parabenizá-lo também, Ver. Tessaro,
porque este é um trabalho que iniciou lá na sua gestão, ao qual, hoje, o nosso
querido Ver. Dr. Goulart dá sequência. E esperamos que Porto Alegre continue
entregando casa para o seu povo, porque o seu povo merece espaço de proteção.
Parabéns a todos nós.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós queremos agradecer à Marília Fidell, dizendo
que esta Casa, com toda a certeza, apoia a proposta do Ver. Sebastião Melo;
acho que este é um tema muito importante para discutirmos, principalmente a
nossa proposta que está em Lei, e que as inscrições devam ser feitas
regionalizadas, por região do OP, para fazer com que as habitações sejam
atendidas naquelas regiões onde estão sendo feitas as suas edificações.
Também quero agradecer o Vereador, desculpa, o
Maurício não é Vereador, mas ele pode ser no futuro, ele, que é Conselheiro do
Orçamento Participativo, o Maurício Mello; também o Émerson, que está presente;
também a Marli Medeiros, que tanto briga lá pela Bom Jesus. Parabéns pelo seu
trabalho lá, Marli. (Palmas.) Está aí o Centro apoiando a senhora sempre por
ser uma lutadora, e, com toda a certeza, juntamente com a Marília, vocês vão
fazer com que esta Cidade tenha um diferencial em habitação. Meus parabéns.
Desejamos que tudo aconteça como o previsto. Muito obrigado. (Palmas.)
A Marília deseja entregar uma camiseta. Pois não,
Marília.
A SRA. MARÍLIA
ALVES FIDELL: Eu gostaria de, simbolicamente, aqui, agradecendo a parceria da Marli,
do seu Centro e dos nossos moradores que, com certeza, estão aqui não porque
não tenham o que fazer, mas porque estão realmente com esperança, querendo
ouvir. Eu acho que foi bem produtivo, hoje, aqui, ouvir o compromisso de todos
os Vereadores, de todos os Partidos, apoiando essa demanda. O Centro de
Educação trabalha com a geração de renda, e o que o povo quer é só isso:
geração de renda, habitação e dignidade; nós não queremos muita coisa.
Eu gostaria que a Marli fizesse a entrega da camisa
do nosso projeto “Residencial Bento Gonçalves” para o nosso Presidente e
ex-Secretário do DEMHAB, por gentileza. E gostaria que o Émerson também,
representando o Orçamento Participativo, entregasse para o Líder da Casa uma
camisa do Orçamento Participativo, simbolicamente, porque nós queremos que as
demandas do Orçamento Participativo sejam atendidas, também, através do
programa Minha Casa, Minha Vida, porque, hoje, as pessoas também estão sendo
atendidas pela pressão, pela necessidade, ocupando áreas, e não vão se
preocupar em buscar no Orçamento Participativo, e acabam tendo a prioridade por
buscar essa resposta pela mídia, pela pressão. Nós fizemos um seminário para
garantir a parceria, para propor como propomos hoje esta Tribuna, para que
todos tivessem consciência de que nós estamos prontos para ajudar e contribuir,
mas há coisas que não dependem de nós; dependem, realmente, deste Parlamento,
e, de repente, do Executivo.
Muito obrigada a todos e a todas pela acolhida das
nossas propostas. Com certeza, a nossa comunidade vai sair daqui muito feliz e
muito esperançosa. Obrigada a todos. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
(Procede-se à entrega das camisetas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Marília. Suspendemos a Sessão por um
minuto para as despedidas. Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h31min.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro - às
15h33min): Estão
reabertos os trabalhos.
Solicito
aos Senhores Líderes que se aproximem da Mesa para acordarmos sobre o
prosseguimento dos trabalhos. (Pausa.)
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Paulinho Rubem Berta, que solicita representar
esta Casa às 15 horas do dia de hoje, na solenidade de posse do Secretário
Extraordinário da Copa do Mundo de 2014.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que solicitou
representar esta Casa, no dia de hoje, na inauguração da Unidade de Saúde da
Família Paulo Viaro.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell, que solicita representar esta Casa,
sem ônus para Câmara, nos dias 9 e 10 de junho, em reunião com o Senador Paulo
Paim, em Brasília.
Apregoo
o Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita representar esta
Casa na Assembleia Legislativa no dia de hoje, em Grande Expediente, em
solenidade em homenagem aos cem anos da Diocese de Santa Maria.
Passamos
às
Convidamos
para compor a Mesa o Sr. Andrew Lemos Pacheco, Presidente do Sindicato dos
Odontologistas de Porto Alegre.
O
Sr. Andrew Lemos Pacheco está com a palavra em Comunicações.
O SR. ANDREW LEMOS PACHECO: Exmo Sr. Presidente da Câmara
Municipal, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e
senhores, primeiramente eu gostaria de agradecer o Ver. Mario Manfro pelo
interesse que tem demonstrado em ajudar na saúde bucal da população de Porto
Alegre. Como bom cirurgião-dentista que é, mantém-se fiel ao juramento que
fizemos de sermos protagonistas nas ações de saúde bucal. Digo isso, pois, há
alguns dias, ele nos proporcionou um encontro, aqui nesta Casa, com a Comissão
de Saúde, presidida pelo Ver. Aldacir José Oliboni. Nesse encontro, tivemos a
oportunidade, juntamente com o Conselho Regional de Odontologia do Estado do
Rio Grande do Sul, na presença do Dr. Joaquim Cerveira, de debater questões
extremamente relevantes da Odontologia no nosso Município. Estavam presentes,
também, os representantes do Governo e muitos dentistas, como hoje aqui também
ocorre, que atendem na Rede Básica do Município, inclusive contando com a
presença do Dr. Brígido, que fez a sua manifestação na oportunidade. Foi um
encontro interessante, pois vimos as divergências de informações que temos com
relação às condições de trabalho do cirurgião-dentista. Ficou claro, na
oportunidade, que temos que ter uma radiografia geral das reais condições dos
postos de saúde do Município de Porto Alegre. O Dr. Joaquim, Presidente do
Conselho Regional de Odontologia, colaborando com o Poder Público, colocou um
carro da entidade à disposição da Comissão de Saúde, onde faremos, com uma equipe,
visitas de posto a posto para fazer esse levantamento. Após esse levantamento,
teremos melhores condições de debater essa deficiência no nosso Município.
O
SOERGS tem a informação de que, em Porto Alegre, temos apenas 92 dentistas
atendendo nas Unidades Básicas de Saúde. Em contrapartida, o Governo acena com,
no mínimo, 168 dentistas. Cito como exemplo o que disse na oportunidade,
referindo-me ao Posto de Saúde Santa Marta, o qual conheço profundamente por
ter trabalhado naquele local, e que atende toda a Região Centro de Porto
Alegre. Naquele local, temos, hoje, apenas uma cirurgiã-dentista, a Drª
Margarete Viana, que se faz presente aqui. Vejam bem, é o posto que atende toda
a Região Centro de Porto Alegre. Enquanto isso, o Governo afirmou, naquela
oportunidade, haver oito dentistas na Unidade Básica. Vejam o desencontro de
informações!
Outra questão debatida foram as condições de
trabalho, manutenção de equipamento e material odontológico. Enfim, a equipe
continua formada, e o carro do Conselho Regional de Odontologia está à
disposição para esse fim, e é o que me pede para informar também o Dr. Joaquim
Cerveira, Presidente do Conselho, que hoje não pôde estar presente aqui.
O Ver. Mario Manfro também foi protagonista de
outra reunião aqui nesta Casa, enquanto ocupava interinamente a Presidência, e
tivemos a oportunidade de conversar e expor os problemas com alguns Líderes de
Bancadas.
Neste momento, eu gostaria de agradecer ao Ver.
João Dib, que, na oportunidade, se colocou à disposição para marcar um encontro
com o nosso Secretário da Saúde, e essa reunião já está marcada para a próxima
quinta-feira, às 14h30min. Muito obrigado pelo seu pronto atendimento às nossas
questões, demonstrando, com isso, a importância que o senhor dá à Odontologia e
à saúde da população de Porto Alegre. Muito obrigado, Ver. João Dib.
Hoje subo à tribuna desta Casa do Povo para falar
do plano de cargos e salários para os trabalhadores em Saúde do Município de
Porto Alegre, em especial sobre os cirurgiões-dentistas, esses abnegados
profissionais que jamais esmorecem no cumprimento do juramento prestado. Nesse
momento em que se discute um plano de cargos e salários para os trabalhadores
em Saúde no Município de Porto Alegre, tendo, inclusive, já se formado um Grupo
de Trabalho incumbido de tratar dos assuntos ligados à carreira da classe do
cargo de Médico da Administração Centralizada e Descentralizada da Prefeitura,
pela Portaria nº 109, de 13 de maio de 2010, temos apenas dois protagonistas: o
Governo, de um lado, e a classe médica do outro. Inclusive, temos a notícia de
que, no dia de ontem, o Comitê de Política Salarial já materializou uma
proposta de abono salarial fixo aos médicos.
Uma Comissão com a finalidade de encaminhar as
reivindicações somente da classe médica? Ora, senhores, nada mais justo do que
o SOERGS, o nosso Sindicato, representante legítimo da categoria dos
cirurgiões-dentistas, participe, opine e colabore com essa Comissão, uma vez
que a Odontologia e a Medicina têm em comum a complexidade e a responsabilidade
sobre os atos terapêuticos aplicados na população. Ainda há de observar a
Constituição Federal, que não permite as discriminações entre profissionais.
Assim, posso citar vários exemplos de atos comuns entre as duas profissões; nós
vamos destacar apenas um deles: pacientes com fraturas dos ossos da face estão
sendo reparados por cirurgiões plásticos graduados em Medicina e também, e em
muito maior escala, por cirurgiões bucomaxilofaciais, cuja graduação é em
Odontologia.
Temos ainda a Lei Federal nº 3.999, de 15 de
dezembro de 1961, que trata dos salários e da carga horária dos médicos e dos
cirurgiões-dentistas: no seu art. 5º, fixa o salário mínimo e, no art. 8º, fixa
a duração da carga horária de trabalho. Isso demonstra claramente que não se pode
tratar de forma diferente funcionários com atividades iguais, tampouco planejar
os cargos e políticas salariais sem a participação de todos os interessados e
seus representantes, sob pena de nulidade de tudo o que foi decidido.
O SOERGS entende que, se porventura forem feridos
os interesses dessa laboriosa classe de trabalhadores, os nossos colegas
cirurgiões-dentistas serão totalmente prejudicados por semelhante
discriminação. É fundamental, é preciso e é urgente que o cirurgião-dentista
possa participar desse planejamento da política de cargos e salários da
Prefeitura de Porto Alegre.
Srs. Vereadores, precisamos de seu apoio nesse
momento, pois somente através dele poderemos atingir a sensibilidade do Poder
Executivo Municipal e fazê-lo raciocinar sobre a necessidade de nos incluir no
Grupo de Trabalho que trata dessa mudança tão necessária e que, com certeza,
irá beneficiar a população porto-alegrense, já que os profissionais que hoje
trabalham na Saúde sentirão o reconhecimento do Poder Público através de um
planejamento bem elaborado.
Prezados Vereadores, não podemos nos esquecer de
que o que acontece hoje no Município de Porto Alegre,é refletido também nos
outros Municípios do Estado.
Senhoras e senhores, em nome dos dezenove mil
cirurgiões-dentistas do Estado do Rio Grande do Sul, e, em especial, em nome
dos cirurgiões-dentistas municipários e municipalizados, queremos agradecer a
oportunidade de expor aos senhores as nossas necessidades e o nosso pleito,
que, tenho certeza, serão todos atendidos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MARIO
MANFRO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Presidente, Andrew, do nosso
Sindicato; colegas Vereadoras e colegas Vereadores; colegas
cirurgiões-dentistas, é com muita alegria, Presidente, que hoje vejo o
Sindicato dos Odontologistas aqui no nosso plenário. Durante muito tempo, a
Odontologia se manteve muito calada, muito passiva. Acho que foi esse um dos
motivos que nos levaram a, historicamente, sermos colocados num plano
secundário. Não estou falando de uma ou de outra gestão; é uma coisa histórica.
Basta dizer que hoje Porto Alegre conta com aproximadamente cem PSFs - esse
número é controverso -, mas apenas 12 estão contemplados com uma Equipe de
Saúde Bucal. Por outro lado, eu tenho notado que o nosso Secretário da Saúde,
Dr. Casartelli, e o Secretário Cézar Busatto estão sensibilizados com a
situação atual da Odontologia. Essa sensibilidade é que me leva a crer em dias
melhores para a nossa classe.
O que fazemos aqui não é uma defesa classista; é
uma defesa da melhoria das condições de saúde e de vida da população de Porto
Alegre. A Odontologia, por óbvio, é saúde; nenhum de nós consegue imaginar uma
boca sozinha, nem um corpo sem uma boca. Então, a Odontologia é, obviamente,
saúde, mas ela é inclusão social também. Pergunto a cada um dos Vereadores,
meus colegas, se porventura hoje, pela manhã, tivessem sofrido um acidente e
estivessem sem os dois incisivos centrais, vocês estariam hoje aqui em público?
Não. E quantas pessoas que estão nessa situação hoje na cidade de Porto
Alegre?! Quantas pessoas que estão nessa situação e que precisam de um emprego!
Como é que eles vão buscar esse emprego? Como eles vão se apresentar? Então, é
uma forma de inclusão social. E, mais do que isso, como fica a autoestima de
uma pessoa?
Então, eu saúdo a nossa classe, Presidente, por
estar aqui reivindicando aquilo que é de seu direito. Tenho a informação de que
será criada, sim, uma comissão dos cirurgiões-dentistas, porque, inclusive, a
repercussão financeira de tal fato, se for concedido um abono, será muito menor
do que da classe médica, porque somos em torno - pasmem! -, de 90, 92
cirurgiões-dentistas, apenas, no Município. É óbvio que esse número é
insuficiente para atender à população de Porto Alegre. A Organização Mundial da
Saúde preconiza que haja um cirurgião-dentista para cada mil e duzentos, mil e
quinhentos habitantes. Nós estamos com um cirurgião-dentista para mais de dez
mil habitantes. Dessa forma, por mais que os nossos colegas se esforcem, por
mais que tentem, não há como apresentar resultados para a população. Volto a
dizer que esta é uma reivindicação classista também, mas, acima de tudo, é
pensar na saúde em seu todo, é pensar na Cidade e nos cidadãos de Porto Alegre.
Saúdo mais uma vez a nossa presença neste espaço.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PEDRO
RUAS: Para colaborar com a Mesa no sentido de economia de tempo, Presidente
Tessaro, eu e a Verª Fernanda Melchionna, em nome do PSOL, gostaríamos que
discurso do Ver. Mario Manfro tivesse também a nossa assinatura. Com a
concordância de S. Exª, não nos inscreveríamos para o período de Comunicações.
Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está registrada, então, a solicitação de
assinatura conjunta com o Ver. Mario Manfro.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. RAUL: Presidente, Ver.
Tessaro, é com satisfação que venho a esta tribuna cumprimentar o Presidente
Andrew; conhecemos bem o seu trabalho à frente do Sindicato, assim como estendo
o meu cumprimento ao Dr. Joaquim Cerveira, Presidente do Conselho Regional de
Odontologia. A gente, que milita na área da Saúde há mais de 30 anos, na parte
da Saúde pública, tem a convicção de que a saúde, realmente, começa pela boca.
Então, quem não tem uma boca bem cuidada, não tem saúde - essa é a verdade.
Nós, que estamos juntos, sempre, na defesa dos
interesses da classe médica - hoje, inclusive, estaremos na assembleia dos
médicos que vai se realizar, para a qual está sendo levada uma proposta de
abono e de continuidade do plano de carreira da área médica no Município -,
sabemos que existe uma grande, uma imensa falta de profissionais da área
médica, porque os salários são muito precários. Os profissionais especializados
não querem mais trabalhar no Município em função dos salários. Sabemos que
existe uma necessidade muito grande de cirurgiões-dentistas, por quê? Porque
nós sabemos que, hoje, há 103 PSFs na Cidade. Tivemos a oportunidade de hoje,
pela manhã, estarmos lá no Extremo Sul, no Lami, na inauguração de mais duas
equipes de Saúde da Família, também com a parceria do Hospital Moinhos de
Vento, junto com a Prefeitura, junto com o Ministério da Saúde, que estão
envolvidos no projeto daquela região que envolve o Programa de Saúde da
Família, e também na construção - já com o terreno praticamente terraplenado
para começarem as fundações - do Hospital da Restinga, tão necessário e tão
solicitado há quase 40 anos pela comunidade. Então, vocês podem ter certeza de
que têm a parceria da área da Saúde, porque a área da Saúde é uma área muito
carente do nosso País. Quando nós falamos na Odontologia, nós sabemos que
deveria haver muito mais centros especializados em Odontologia na nossa Cidade.
Se não me engano, há três funcionando precariamente; precisaríamos ter talvez
20, pelo menos. Se temos cirurgiões-dentistas que precisam trabalhar, temos uma
população muito mais necessitada do que a própria defesa da categoria. Nós
sabemos que a nossa população necessita, realmente, de um atendimento
odontológico digno, e ela não tem isso. Não é em Porto Alegre; é no Brasil
todo, é uma realidade de Terceiro Mundo, e nós temos que avançar, e avançar
muito.
Como militante da área da Saúde, como médico, como
Vereador, é evidente que a minha prioridade está voltada para essa área, e o
meu trabalho também. E vocês podem ter certeza, tanto o Sindicato, o Conselho,
os próprios cirurgiões-dentistas, de que nós estamos unidos e vamos procurar,
na nossa função, que é de intermediar, que é de tentar facilitar coisas boas
para a sociedade, para que a sociedade avance também na área da Saúde, estarmos
juntos e com a parceria, aqui, dos demais 35 Vereadores, para que possamos
construir uma condição mais adequada para o cirurgião-dentista e para o cidadão
da nossa Cidade, que precisa ser valorizado, e muito, e também a sua saúde
bucal. Sei que temos avançado, mas temos avançado a passos lerdos, temos que
fazer com que as coisas andem de uma maneira mais dinâmica.
A Srª Fernanda
Melchionna: V. Exª permite um aparte?
O SR. DR RAUL:
Com muita satisfação, Verª Fernanda Melchionna.
A Srª Fernanda
Melchionna: Vereador, agradeço pela cedência do aparte. Ver. Dr. Raul, quero
concordar com V. Exª sobre a necessidade de ampliar o quadro de
cirurgiões-dentistas da cidade de Porto Alegre. É uma vergonha que uma cidade
de 1,4 milhão de pessoas tenha apenas 92 valorosos trabalhadores que,
certamente, devem penar para atender às necessidades da população e que não
devem atender a todos, porque é humanamente impossível. E também já quero
concordar com V. Exª sobre necessidade de avançar no Plano de Cargos e
Salários, porque, lamentavelmente, a Prefeitura de Porto Alegre paga uma
vergonha para todos os profissionais da Saúde.
O SR. DR.
RAUL: Com certeza, Verª Fernanda, temos que avançar na questão da Saúde
pública como um todo, no plano de carreira, na questão odontológica. Quero
dizer a todos que podem ter certeza de que vão ter a parceria desta Casa como
já tiveram em outros momentos. Nós estaremos aqui para reforçar isso, para
tentar fazer com que as demandas sejam encaminhadas e que, realmente, tenham
uma solução mais rápida e que atenda aos interesses da categoria. Muito
obrigado. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, ao saudá-lo, saúdo o Sr. Andrew,
Presidente do Sindicato, que nos dá grande alegria de estar aqui presente, como
também o Professor Joaquim, Presidente do Conselho, que esteve na Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, há poucos dias, e todos os profissionais, ou grande
parte deles, que aqui estão presentes. Esta é uma luta que tem que ter uma
certa persistência. E nós percebemos que, infelizmente, a falta de gestão na
Saúde pública acaba sendo muito demorada. A Prefeitura de Porto Alegre anda a
passos muito lentos, mas muito lentos.
Se fosse pelas inúmeras reuniões que fizemos aqui
na Câmara, possivelmente nós já teríamos 300 equipes do Programa de Saúde da
Família. Nós temos 103 equipes, como diz o Ver. Dr. Raul, mas, pelos dados que
nós tínhamos até ontem, eram 101; outros falam em 91. Se nós olharmos Belo
Horizonte, há 400 equipes de PSF.
Nós temos um milhão e 460 mil pessoas em Porto
Alegre; nós teríamos que ter condições, no mínimo, hoje, de ter 500 equipes, ou
400 equipes. E 30% a mais disso, contempladas, no mínimo, com equipo, com a
odontologia presente.
Nós aprovamos, na reestruturação do Programa de
Saúde da Família, no final do ano, que foi vetado por sugestão do Ministério
Público, 30 novas equipes, onde colocariam mais 30 profissionais de
Odontologia, mas vejam os senhores e as senhoras: dos 12 que existem, alguns estão
fechados por falta de estrutura, isto é, por ter o equipo quebrado, por algumas
salas não terem condições de trabalho.
O que o Sindicato de Odontologia está aqui pedindo,
Ver. João Antonio Dib, é que o Governo apresse o passo, que o Governo olhe o
serviço de Saúde em Porto Alegre como um compromisso público, porque o cidadão
que está ali, do outro lado da telinha, pagando imposto caríssimo, ele não
acredita que o Governo continue olhando com essa morosidade.
Até quando nós vamos continuar aqui batendo, Ver.
DJ, implorando para que o cidadão que está madrugando, na fila, consiga uma
consulta, ou até mesmo uma consulta em Odontologia? Ele tem que madrugar, às
vezes, para conseguir cinco fichas. Em algumas especialidades, madruga para
conseguir cinco fichas, e essas fichas demoram de seis meses a um ano para
conseguir um especialista. E nós continuamos com a mesma morosidade.
Eu quero dizer que, como Presidente da Comissão de
Saúde, tenho uma enorme simpatia - e essa é a luta de todos os Vereadores da
Comissão - pelas bandeiras que os senhores levantam. E este compromisso de
fazer um levantamento dos equipos e nas equipes que hoje contemplam a
Odontologia ainda não foi feito, porque estamos esperando o formulário do
Joaquim, Presidente do Conselho. O que o senhor falou é exatamente no intuito
de poder até oferecer um carro para fazermos essa tomada da situação em que se
encontram hoje os profissionais. E, mais do que isso, o que nós queremos é,
sim, que ampliem esses serviços, mas que também seja pago um salário digno. É
injusto a pessoa fazer uma faculdade, pagando uma fortuna para, depois, o
mercado oferecer uma vaga de mil e quatrocentos ou mil e seiscentos reais!
Lamentavelmente, isso se chama falta de gestão! Eu não vou dizer que é do
Partido que está no poder, mas, independentemente de Partido, a Saúde deveria
ser olhada com outros olhos.
O Sr. DJ
Cassiá: V. Exª permite um aparte?
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Ver. DJ Cassiá, com alegria lhe dou um aparte.
O Sr. DJ
Cassiá: Obrigado, Ver. Oliboni. O senhor é um grande defensor da área da Saúde,
e quero dar os parabéns ao nosso proponente, Ver. Mario Manfro; ao Presidente
do Sindicato e aos demais profissionais da área da Saúde. Quero dizer ao senhor
que esse tema é importante e merece que se debata muito mais. O tempo é pouco,
porque a questão da saúde bucal é fundamental até mesmo para aqueles que moram
na periferia, que têm menos acesso ao dentista, que não têm condições
financeiras até para conseguir um trabalho, porque o cartão de visita de quem
sai de uma comunidade carente, para conseguir um emprego, começa pela boca.
Muito obrigado.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. DJ Cassiá. Aproveito a oportunidade para dizer aos nobres
profissionais da Odontologia que, no dia 18, haverá um seminário aqui na Câmara
sobre a Saúde em Porto Alegre. Os gestores, tanto municipal como os órgãos
estaduais e federal, deverão ouvir todos. Portanto, deixo o convite para que,
no dia 18 de junho, possamos fazer uma grande discussão aqui em Porto Alegre
sobre a Saúde. Parabenizo a luta de vocês e, com certeza, a Comissão de Saúde
está sempre ao lado dos senhores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sr. Andrew, Presidente do Sindicato; Maria
Rita, do Conselho; demais profissionais presentes; o nosso boa-tarde aos
Vereadores e Vereadoras e a todos que nos acompanham. Nós temos estado a par
desse debate que tem-se dado no Conselho Municipal de Saúde, pela representação
sempre presente do Conselho Regional de Odontologia, os Sindicatos, e temos
acompanhado a lamentável situação em que foi deixada a Saúde pública, em
especial a saúde bucal de Porto Alegre, por falta de investimentos, por falta
de prioridades e por falta de atenção.
Sabemos que a saúde bucal nunca teve a atenção que
precisa ter e nunca teve a atenção que merece ter, mas o fato é que a situação
dos últimos períodos degradou demais. Ver. Oliboni, há 90 profissionais na
rede, em tese, porque grande parte dos que estão lá não possui os equipos, não
têm o compressor - quando tem o dentista, não tem o compressor que opera -, não
tem a lâmpada, não tem condicionador de ar. A situação é completamente degradada
a ponto de Porto Alegre ter menos de 4% de atendimento à saúde bucal, Ver. DJ
Cassiá - é a menor cobertura pública do Brasil! E isso é denunciado. O
Presidente Joaquim Cerveira foi ao Prefeito, no ano passado, denunciando a
necessidade premente de haver uma atenção, por exemplo, com os casos em que são
diagnosticados câncer bucal, que não podem esperar por uma consulta daqui a
seis meses, oito meses ou dez meses, que, se não for feita uma intervenção
ultraurgente, o paciente morre, vai a óbito. Então essa situação é muito grave,
é uma situação de Saúde pública, que precisa de um outro tratamento.
Hoje pela manhã, nós estivemos, junto com o
Prefeito e com o Secretário da Saúde, inaugurando o PSF Paulo Viaro, na região
da Boa Vista, na região intermediária ao Lami. E lá nós vamos ter - faz parte
do convênio, da articulação com o Hospital Moinhos de Vento, que vai gerenciar o sistema da Restinga - equipes novas, pelo menos
duas equipes de saúde bucal. Parece que vamos ter ali um ponto importante, que
foi uma conquista muito dura, de muita luta; foram mais de três anos de muita
briga dessa comunidade para obter essa conquista. Mas, infelizmente, essa não é
a realidade do conjunto da Cidade.
E, para piorar, temos
uma situação em que os profissionais estão com os salários muito defasados, com
insuficiência de profissionais, de equipamentos, de material e numa situação
completamente degradada no seu conjunto, mas, de outro lado, os profissionais
da Odontologia brasileira estão entre os melhores do mundo. A qualificação das
nossas universidades, das nossas faculdades, dos nossos profissionais é
excelente, a ponto de Porto Alegre se tornar um ponto de turismo em Saúde no
Brasil, porque as pessoas vêm da Europa fazer tratamento dentário, aqui, devido
à qualidade e à competitividade que os serviços aqui oferecem.
No entanto, nós temos
toda essa carência na rede pública, que precisa de um olhar e de uma chamada de
atenção para o conjunto dos elementos levantados, porque são importantes...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni
Proença está com a palavra em Comunicações.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente; Srs.
Vereadores; Sras Vereadoras;
Sr. Presidente do Sindicato dos Odontologistas de Porto Alegre, Dr. Andrew
Lemos Pacheco; senhoras e senhores que nos prestigiam com suas presenças, quero
dizer ao Dr. Andrew que a sua luta é também a nossa luta, a luta da Cidade, não
só dos Vereadores, porque, além de saúde, o atendimento odontológico é um
instrumento de inclusão social, principalmente nas periferias de Porto Alegre.
Ontem ainda ouvi,
aqui, a afirmação de um cidadão dizendo: “Mas lá é tudo gente desdentada”.
Então, a falta de atendimento odontológico também gera um adjetivo que
desqualifica as pessoas. As pessoas que têm um bom atendimento odontológico,
têm cuidado com a sua saúde bucal - na periferia esse cuidado é feito pelo
Município - têm melhor autoestima, podem aproveitar melhor as oportunidades de
geração de trabalho, de renda, porque é indiscutível que, quando se apresentam
dois candidatos, um com a dentição perfeita e outro sem dentes, o sem dentes
será preterido. E a nossa população da periferia só tem a possibilidade de ter
esse atendimento através dos postos de saúde.
Eu conversava hoje
com o Presidente da COSMAM, o Ver. Oliboni, nós temos hoje 92 odontólogos na
Prefeitura Municipal e 150 portas por onde a população de Porto Alegre pode
acessar a Saúde. Se nós fizéssemos o raciocínio de apenas um odontólogo por unidade
de saúde, já estariam faltando 60 profissionais. A gente sabe que não chega um
odontólogo para cada posto de saúde, mesmo porque as pessoas têm que descansar
e têm outras atividades.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Toni Proença. Quero
cumprimentá-lo bem como o Dr. Andrew e toda a categoria aqui de odontólogos.
Nessa luta da Saúde pública e da saúde bucal, eu tive o prazer de, hoje pela
manhã, representando esta Casa, ir à inauguração do posto de saúde lá da Boa
Vista, Extremo Sul da Cidade; um PSF nascido de um novo formato, do convênio
entre o Moinhos de Vento, que está recebendo a isenção tributária para
investir. Nós fizemos uma discussão na Cidade, e ela já nasce com ambulatório
odontológico ou dentário. Portanto, essa fala de que a periferia e toda a
Cidade deve ter esse recurso tem que ser uma determinação política da Cidade e
desta Casa. Muito obrigado.
O SR. TONI PROENÇA: Muito obrigado pelo
aparte, Ver. Comassetto. Acho que o Ver. Comassetto tem toda a razão: a
política pública de Saúde tem que prever o atendimento de Odontologia em todos
os postos de saúde, com qualidade. Para isso é preciso esta luta que o
Sindicato imprime hoje pelo Plano de Cargos e Salários equivalente ao dos
médicos e pelo preenchimento das vagas necessárias em todas as entradas, ao
acesso de saúde em Porto Alegre, e tenho certeza de que, além de uma questão de
saúde, é uma questão de inclusão social. Parabéns pela luta e contem conosco. E
parabéns ao Ver. Mario Manfro pela iniciativa.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Presidente Andrew, odontólogas e odontólogos aqui presentes, fiz
questão de intervir, mesmo não sendo a minha área, porque, se há uma tarefa das
mais nobres e que nós, Vereadores, não podemos deixar de cumprir, é a de
reforçar a luta por políticas públicas para quem nunca teve direito e não pode
pagar por elas.
Há pouco discutíamos
a questão da moradia, mas a questão da saúde bucal é algo que ainda está muito
longe, por incrível que pareça, de ser um direito da população. Fico lembrando,
Ver. Oliboni, quando eu era criança, adolescente, só tínhamos dentistas
particulares no Interior, só pagando, ou no sindicato, e era muito difícil para
a família, muito mais, naquela época, porque nós somos da geração obturada,
porque não havia proteção na água; a geração da minha mãe é uma geração que não
tem dente. Agora, para as nossas crianças não tem sido suficiente uma água com
proteção. A saúde bucal está muito prejudicada, porque o Poder Público demorou
demais para ter política pública.
Então, na última
década, temos tido políticas de massa para o atendimento da saúde bucal que
valoriza o odontólogo, que contrata o odontólogo, e, infelizmente - aqui já
foram retratados vários aspectos da nossa Cidade -, nós estamos muito longe de
aproveitar essa política pública que repassa o recurso para realizar esse
atendimento fundamental. Os relatos que temos nas comunidades são escandalosos,
do jeito que as pessoas não são atendidas nessa área.
Eu quero dizer que,
se a gente sabe da dor e da violência em relação à questão da saúde da
população, Ver. Dib, que é atendida ou não atendida, ou mal atendida, neste
momento é importante ressaltar o quanto dessa violência chega aos profissionais
que conseguem estar no espaço público, Ver. DJ, porque são eles que recebem a
indignação das pessoas, que demoram para conseguir ser atendidos; a indignação
das pessoas quando não tem o material mínimo, ou quando o equipamento não
funciona. Então, a gente tem muito estresse. Há situações de violência contra o
profissional por parte da população, porque quem está atendendo, depois de uma
longa espera, atendendo com dor, atendendo em situações muito precárias são os
profissionais da Saúde. Claro que há outros profissionais, mas a gente tem que
começar a compreender o que significa estar atendendo numa política pública de
forma tão precária.
Eu quero lembrar aos
Vereadores que nós já vivemos muito a polêmica da troca da FAURGS para a
Sollus, e depois os escândalos relacionados à Sollus, e eu lembro da
mobilização dos dentistas, dos odontólogos, quando a FAURGS encerrou... Porque
ela tinha feito seleção para os PSFs, de dentistas, esperando ser nomeados,
alguns até pré-chamados; nós fizemos todo um movimento para tentar garantir
aquela seleção, mas não conseguimos. Na época, havia uma grande perspectiva de
ampliação que foi interceptada por irresponsabilidade do Governo Fogaça - eu
quero dizer isso. Inclusive as pessoas que prestaram concurso... Houve dentista
que veio do Interior - porque estava na iminência de ser nomeado - morar aqui
na Capital, e foi interrompido desrespeitosamente o processo e, agora, para se
recuperar... Porque os PSFs recentemente estão sendo ampliados, que dirá
ampliar com saúde bucal!
E tem mais: outras
políticas públicas, como o NASF, não têm em Porto Alegre. O NASF é um apoio
para a atuação nos PSFs, que poderia incluir odontólogos e várias outras
especialidades para darem encaminhamento.
De fato, nós
entendemos a vinda de vocês não só como uma luta corporativa - tem que ter a
luta corporativa, porque demorou muito para ser política pública a questão da
saúde bucal -, mas entendemos que é, sim, um reforço pela luta ao direito à
Saúde que ainda está muito longe de chegar a todos os que têm esse direito.
Parabéns e contem conosco, com a nossa Bancada, com a luta que tem de ser feita
por todos nós. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Sr. Andrew
Lemos Pacheco está com a palavra para suas considerações finais.
O SR. ANDREW LEMOS PACHECO: Eu só
gostaria de agradecer a todos e dizer que o Sindicato dos Odontologistas no
Estado do Rio Grande do Sul, SOERGS, está realmente feliz por ter vindo aqui
hoje. Pudemos perceber a tremenda receptividade que aqui obtivemos, haja vista
todas as manifestações que os senhores fizeram até este momento. Muito obrigado
a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós
agradecemos o Dr. Andrew Lemos Pacheco, Presidente do Sindicato dos
Odontologistas do Rio Grande do Sul, por suas belas explanações, bem como a todos os
demais odontólogos que estão aqui presentes. Desejamos a todos um bom final de
semana.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h19min.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 16h20min): Estão reabertos os trabalhos.
Não havendo mais inscrições no período de
Comunicações, encerramos o período e a presente Sessão.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h21min.)
* * * * *